Monday, February 07, 2005
Não custa nada!!! (ser um queijo Suíço humano)
Chamem-me maricas, pé-de-salsa ou fraco mas não sou lá muito amigo de agulhas. É pá não vou lá muito à bola com que me espetem um tubo oco metálico dentro das minhas veias, porque do ponto de vista de evolução anatómica os vasos sanguíneos foram feitos para serem fechados. Se por obra do acaso, mutações genéticas ocorram e que estas sejam gentis e pensem no coitado do pessoal que faz análises ao sangue. De um ponto de vista evolutivo seria interessante que os nossos vasos capilares sanguíneos apresentassem umas saídas especiais – assim como quem sai da auto-estrada para uma estrada secundária ou via de acesso – que permitisse que o processo deveras fastidioso e assaz repulsivo da recolha de sangue se tornasse tão simples como mudar o óleo a um carro. Se alguém tem contactos directos com o Criador, ou com a ordem global a que Darwin chama de selecção natural – embora ajudado pela amiga mutação sempre pronta a semear o caos em doses pequenas – diga-me algo. O meu pedido é simples: “Tirem o apêndice – que não passa de um monte de tecidos que no passado servia para digerir plantas – e ponham um tipo de bujão num sitio acessível mas que seja minimamente inviolável”. Rápido, pratico e ... seguro? Seguro... bom , estaria mesmo a ver um novo tipo de assaltos ao bujão.. como um mânfio chegar perto de um individuo e dizer: “ Sócio. passa aí os trocos se não queres que te tire o bujão e fiques para aqui estendido no chão a “espilrar” sangue que nem um cão atropelado”
Agora meus caros é só escolher entre o assalto ao bujão armado ou a episódios de recolha de sangue que comigo roçam o caricato.
Imaginem-vos chegados ao consultório, chamam-vos pelo vosso nome e sentam-vos numa cadeirinha. Colocam o vosso bracinho a jeito para a pica e começa o pandemónio. Se forem gordos como eu, primeiro que vos encontrem o vaso latejante, ali à mão de semear é o bom e o bonito. Quando finalmente vo-lo encontram, e falham e andam por ali no tira e pões, é o pesadelo. Ainda dizem que “É pá, pensava que ali estava e tal...”... Mas isto é alguma bomba de gasolina, andar ali a puxar a ver se sai gasosa. Mas pronto, um individuo tem que tentar dar numa de forte – se for uma enfermeira jeitosa ainda tentamos esgaçar um sorriso de engatatão de filme indiano Bollywodesco – e dizer “nahhhhh... não tem problema”, enquanto que por dentro resmungamos “esteja à vontade aí com o seu instrumento, não me importo de ir para casa feito queijo suíço, ou almofada de alfinetes... demore o seu tempo... NOT!”
Passado o pesadelo do levantamento do sangue, é pagar e não bufar. Esperar não adoecer ou suspirar de alivio até à próxima análise de rotina.
Agora digam lá, se a investigação genética não se poderia importar com coisas mais importantes quanto esta se, os inventores dignos de craveira, não poderiam magicar uma engenhoca que diria os vossos níveis de HDL’s, LDL’s, cortisóis, anfetaminas e coiso e tais apenas pela vossa saliva ou fluídos quejandos ?
